Amaya: chás produzidos no Brasil desde os anos 30

Localizada em Registro/SP, capital do chá no Brasil, a Amaya está envolta no bioma único e especial do Vale do Ribeira, entre os estados de São Paulo e Paraná. Nesta região está a maior área contínua de Mata Atlântica preservada do país, reconhecido pela UNESCO em 1999 como Patrimônio Natural da Humanidade.

A Amaya mantém preservadas 60% de sua propriedade, o equivalente a 170 alqueires ou 400 hectares. Por isso, a manutenção e as várias APPs (Área de Preservação Permanente) coordenadas pela empresa, faz com que o chá lá cultivado e processado, reflita a riqueza natural encontrada e a responsabilidade com o qual é tratado.

chazal amaya chás
Chazal Amaya, Registro/SP. Imagem site Amaya.

A chegada da família Amaya no Brasil 

A indústria é administrada atualmente pela 3ª geração da família Amaya. Há 100 anos no Brasil, cultiva o chá desde a década de 30, somando mais de 80 anos de tradição. 

Tudo começou quando Shutekishi Amaya e Nao Amaya juntamente com seus filhos Antonio, Jorge e Helio Amaya, chegaram ao Brasil, vindos do Japão, em 16 de maio de 1919, desembarcando na cidade do Rio de Janeiro.

Shutekishi Amaya e Nao Amaya
Mario Amaya segura as fotos de seus avós: Shutekishi e Nao Amaya. Imagem site Amaya.

Passados alguns meses, a família se estabeleceu no município de Registro, em São Paulo, mais especificamente no Bairro Bamburral, onde se encontra a fábrica atual e a residência tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), dos primeiros integrantes da família. O imóvel é um ponto turístico da região.

No Brasil, nasceram outros filhos, Fukuji, Goro, Marcos e Shohiti Amaya. Na época, a família cultivava a cana-de-açúcar (para a produção de açúcar mascavo), arroz, feijão e claro, o café.

Chá preto nacional

Na década de 30, o início do cultivo e processamento do chá aconteceu com o chá preto, constituindo a então empresa: IRMÃOS AMAYA, que no ano de 1957 teve o nome alterado para HELIO AMAYA CIA LTDA.

O chá produzido pela empresa era amplamente exportado para países da Europa, Oriente Médio, América do Norte (EUA) e América Latina e negociado com grandes marcas internacionais, fazendo com que a marca Amaya estivesse expressivamente no mercado de bulk tea, trabalhando exclusivamente com o chá como commodity.

Em ascensão e na tentativa de crescer em um mercado próspero, na década de 1980 a Amaya realizou um consórcio com a empresa do Sr. Shusaku Yamamoto, pertencente aos grupos Yamatea e Chabrás, com intenção de inovar na produção dos chás, se colocando cada vez mais no nicho do comércio internacional. 

2010 e um novo momento para o chá

Em 2010 com o investimento, surgiu grupo Amaya/Yamatea, que adequou as fazendas aos padrões do mercado internacional e recebeu a certificação Rainforest Alliance. Os esforços garantiram uma maior competitividade do chá brasileiro no exterior.

 Riogo e Mário Amaya em fábrica
Os irmãos Riogo e Mário Amaya em fábrica. Imagem site Amaya.

No entanto,  a situação cambial desfavorável e o custo Brasil crescente, inviabilizou a continuidade da parceria Amaya/Yamatea, já que concorrentes internacionais como Índia, Quênia, aChina, entre outros, apresentavam ao condições comerciais mais competitivas. A safra de 2011/2012 foi a última destinada à exportação. No período, foram produzidas 1.225 toneladas de chá preto, um marco na história da empresa.

Chás produzidos pela Amaya

Produzindo no Brasil os chás verde, verde em pó, preto e oolong com qualidade superior e atendendo o mercado de chás não-ortodoxos, a Amaya tem capacidade para a produção de 1.200 toneladas ano/safra, sendo a última e única de grande porte deste segmento no Vale do Ribeira.

Na chazal da Amaya, predomina a Camellia sinensis var. assamica , em função da melhor adaptação ao clima e condições de solo do Vale do Ribeira.

Para o processamento do chá, a fábrica adotou um sistema próprio baseado no conhecido método CTC (Cut, Tear, Curl) conferindo aos produtos da marca características únicas.

visitação à fábrica amaya
Renata Acácia com Riogo e Mário Amaya, em fábrica.

Assim compreende-se e leva-se em consideração a Indicação Geográfica que se enquadram as fábricas de chás no Vale do Ribeira, onde grande parte do chá brasileiro é colhido.

Em 2012, em busca de uma presença maior no mercado nacional, a marca lançou os chás pretos em 2 versões, em embalagens a granel com 100g e 250g.

Chá Verde brasileiro de qualidade internacional

Logo na sequência, a Amaya desenvolveu uma técnica pioneira de processamento do chá verde. O novo produto foi disponibilizado para o público no ano seguinte, em 2014 em embalagens a granel com 100g. 

O método, que desobriga a infusão das folhas em água quente, desenvolvido por Riogo Amaya, resultava em uma bebida de coloração verde viva e qualidade superior aos dos chás verdes processados pelos meios tradicionais. Os reconhecimentos pela inovação se deram por meio do prêmio Kiyoshi Yamamoto, um dos mais significativos da agricultura no país, em 2015 e pelo público japonês no 3º Festival de Chá Preto em Owari Asahi, certificando os chás Amaya como produtos de qualidade internacional.

chá na fábrica amaya
Processamento de chá na fábrica. Imagem site Amaya.

Na sequência, a fábrica lança um chá verde em pó destinado ao uso culinário, atendendo a demanda de mercado e entregando um produto de excelente custo benefício, uma vez que sua produção consiste em beneficiar o mesmo chá verde de qualidade.

O chá em pó foi apresentado ao mercado em embalagens de 40g, com a finalidade de conservar a qualidade e características delicadas do produto final.

Amaya lança o primeiro chá oolong não-ortodoxo brasileiro

Pouco tempo depois, em 2019 acontece o lançamento do primeiro oolong não-ortodoxo (de folhas cortadas) nacional, com índice de 50% de oxidação, se enquadrando na categoria de wulongs escuros. O produto é comercializado, desde o seu lançamento, em embalagens a granel de 70g.

Chás Amaya em sachê

Ainda com a visão estratégica e focada no posicionamento da marca para um cliente mais exigente, a Amaya lançou seus carros-chefe verde e pretos na versão sachê. Desta maneira, a indústria possibilitou a comercialização de um chá com granulometria superior e qualidade dentro do invólucro, agradando o consumidor do produto de entrada.

A marca Amaya e a economia

O fato de Amaya Chás ser uma indústria, por muitas vezes dificulta a percepção do cliente final a respeito da pessoalidade e etapas artesanais que existe por trás de seus produtos.

Vale citar que desde de 1950 a Amaya já era estabelecida como empresa e contribuiu para o desenvolvimento econômico da cidade de Registro e da região do Vale do Ribeira, gerando empregos diretos e indiretos, apoiando e colaborando com projetos sociais e comunitários. Os valores da empresa perpetuam-se de geração em geração.

A estrutura da Amaya

Uma empresa necessita de uma grande estrutura para continuar e prosperar. Na sequência vamos conferir quem são os responsáveis pelos chás que chegam até as xícaras e empresas.

Os sócios Riogo, Mário, Milton e Lincoln Amaya
Os sócios Riogo, Mário, Milton e Lincoln Amaya. Imagem site Amaya.
  • Lincoln, filho de Fukuji Amaya, é responsável por cuidar da fazenda, o trato da cultura (a planta do chá) e manutenção da mesma. Juntamente com Milton Amaya, organiza o cronograma de atividades executadas pelos colaboradores durante todo o período de trabalho. Acompanha de perto e decide sobre todas as etapas, desde o berçário de Camellia sinensis, ao cultivo, colheita e poda ao final das safras.

  • Milton, filho de Fukuji Amaya, realiza as atividades citadas acima com Lincoln e está à frente  da logística nas vendas dos mercados interno e externo.

  • Riogo, filho de Shutekishi Amaya, acompanha as atividades da fazenda, para que os brotos cheguem à fábrica no padrão estipulado para melhorar o processo e manter a qualidade dos chás. Diretor de produção e mestre de chás da Amaya, está em contato direto com o setor administrativo para, em comum acordo, planejar volumes, estoque e outras finalidades do produto. 

  • André, Mário, filho de Shutekishi Amaya, e Márcio cuidam de todos os processos administrativos que tangem a empresa, mantendo atualizados volume de vendas, novos negócios, marketing e logística.

É inegável que as características dos chás Amaya carregam suas próprias histórias, transformadas e adaptadas. Seja pela planta de origens chinesa e indiana em nosso solo, seja pela tradição herdada de seus descendentes japoneses agora no Brasil, desenvolvendo e lidando com um mercado ainda em crescimento.

Chás práticos, de qualidade, únicos e intensos.

A indústria familiar Amaya Chás é certamente uma empresa baseada na tradição e perseverança no segmento de chás no Brasil.

A Amaya Chás faz parte da programação da ROTA DO CHÁ no Vale do Ribeira e a Infusorina nasceu porque conheceu sua história.

Conheça mais sobre a família durante a ROTA DO CHÁ clicando aqui.