Infusorina na feira internacional de chá, na China.
A Infusorina tem um histórico em feiras nacionais como expositor, divulgando a cultura do chá para o Brasil, mas em 2017 e 2019, participou como compradora (buyer) convidada na Hong Kong Tea Fair, na China.
Convidada pela segunda vez
Em junho de 2019, recebemos um e-mail da HKTDC Brasil (Hong Kong Trade Development Council), informando da possibilidade de, pela segunda vez, estar presente na Hong Kong International Tea Fair, que acontece anualmente no mês de Agosto, em Hong Kong, na China. A feira é aberta ao público (com entrada paga) e também através de acesso V.I.P. (com a HKTDC).
Hong Kong
Hong Kong é a porta de entrada para o mercado asiático, lá é onde encontramos praticamente metade da população do nosso planeta. Logo, a cidade, totalmente cosmopolita, acaba sendo o ponto de encontro dos negócios mais movimentados do mundo, recebendo visitantes e empresas de todos os continentes, sem exceção, inclusive para o CHÁ.
Portanto, a Infusorina, ter sido selecionada para estar presente junto a tantas outras empresas novamente, foi de tamanha importância para expansão tanto da empresa quanto para adquirir inspiração.
A Hong Kong Tea Fair
O enfoque da feira é, sem dúvida, aproximar o produtor de negociações finais, sendo elas, principalmente, no eixo da exportação. Com muitos negócios sendo murmurados às mesas, o B2B tem apelo forte em cada stand, e, não diferente, estivemos presente a estas mesas, junto com os mais de 10 mil compradores diretos esperados. Como estávamos a convite da HKTDC, tivemos a facilidade de pré-arranjarmos nossas reuniões, foram 12 no total. Essa possibilidade também é oferecida de forma avulsa, sendo um serviço extra da feira.
As oportunidades são inúmeras, desde competitivos e diversificados tipos de chás (brancos, amarelos, verdes, wulongs, pretos e escuros de todas as possíveis origens), encontramos momentos especiais como por exemplo, os chás produzidos na região de Laos (país que faz divisa com Tailândia e Vietnã, entre outros) através de folhas processadas de árvores (Camellia sinensis) centenárias – atualmente protegidas pelo governo local em conjunto com a Europa, pu’ers em todos os formatos, tamanhos, idade e processamento, wulongs de todos os tipos, inclusive produzidos especialmente para o consumo direto no preparo do Bubble tea.
Encontramos acessórios diversos, de variadas origens, sets completos para cerimônias e muitas opções de gaiwans para todos os gostos (e bolsos), com pedido mínimo e aqueles que não estão à venda.
Durante a feira ocorrem muitos eventos ao mesmo tempo, desde sessões de degustação avançada, a competição do melhor preparo do chá preto com leite (herança que permanece em Hong Kong, fruto dos costumes britânicos) com direito a troféu! Há também oportunidades como presenciar uma cerimônia japonesa de chá (chanoyu), degustar inúmeros chás. De verdade, é só sentar-se sem horário no relógio, despir-se de conceitos e daquilo que a gente acha que já sabe, e, APROVEITAR.
Foram 2 dias e meio de feira muito bem explorados e, ao sair da mesma, ainda há todo o mundo “lá fora”.
Explorando os chás de Hong Kong
Hong Kong respira chá, há inúmeras possibilidades de se degustar um bom dragonwell, da mesma maneira que se é possível encontrar uma casa de DIM SUM e escolher uma infusão de crisântemo ou jasmim para casar com a escolha ou, quem sabe, um restaurante vietnamita com maionese de matcha na torrada, harmonizada com um blend de sencha e manga, bem como um sorvete de chá verde indiano, ou, até mesmo, se houver tempo na sua agenda (na minha houve, ainda bem ♥) agendar degustações locais.
Participamos de duas, a primeira ocorreu na Ming Chá Tea House (indicação da amiga Eloína Telho), com a muito amada Tomoko, lá acontece um passeio entre 4 tipos de chás, mas o ator principal da peça é o Jasmine blossom tea, um tipo de blooming tea especial da casa, onde a gente aprende do início ao fim como se dá o processo artesanal de criação, sua origem, montagem e, por fim, degustação com nada mais, nada menos, do que chocolates selecionados.
Na outra ocasião, uma imersão nos chás chineses na Yu Tea House. E é na frente do píer, no lado do continente que a magia acontece: são 5 chás selecionados a cada encontro, desde branco ao escuro, e, neste dia, ainda fui agraciada com um chá muito, muito antigo, de seu acervo pessoal, presente de um monge. Foram mais de 4 horas em que mergulhei profundamente no respeito, na cultura e na vivência.
O chá como destino
Hong Kong, sem dúvida, é um destino a ser colocado na sua rota do chá pessoal, e, se possível, durante a Hong Kong International Tea Fair. A experiência será inesquecível, tenho certeza, como foi para nós.
Aliás, não resistimos e preparamos uma série de 8 episódios, disponível no IGTV com dicas de onde viver o chá na cidade e mostrando mais da feira.
E se, beber chá é uma interação com a natureza, nós nos tornamos a pessoa, aquela entre ambos. Uma vez que pensamos controlar tudo, percebe-se que um dia, você se tornará o chá e o chá se tornará você.
Um abraço carinhoso de chá, Renata Acácia.